O rumor de meu irmão — Jesús García Mora
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O rumor de meu irmão — Jesús García Mora

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A poesia de Jesús García Mora nos leva com ele na busca pelo irmão que não nasceu, neste diálogo com o ausente, nesta memória do que não foi possível. Nas estrofes do livro a cidade de Tijuana é o destino e o refúgio ao qual sempre se volta: todos os segredos do mundo estão na Libertad (bairro mais povoado da cidade, logo na fronteira com os Estados Unidos).

O rumor de meu irmão é uma viagem, uma busca do mito e da infância, é a necessidade de voltar ao sentido original da realidade. Em edição bilíngue, com tradução do poeta paulista Marcus Groza, que também escreve o texto de orelha: "Este livro me diz que aquilo que não nasceu também faz corpo comigo, o que não nasceu também é um rebento meu. Embora deus tenha dito que tirasse o mar da cabeça, seus poemas têm cheiro de mar, como seu pai quando voltava das viagens. Assim, nossos ouvidos marulham num ritmo amniótico, música de um útero com suas cidadelas submersas onde podemos nos afogar."

García Mora é um proeminente poeta mexicano contemporâneo, seu trabalho muitas vezes reflete a rica tapeçaria de cultura efervescente, história e exuberância urbana de sua cidade e de seu estado natal, a Baixa Califórnia, criando um corpo de trabalho atraente e instigante.

Capa da edição brasileira com arte de Paola Gatto Pacheco, artista colagista mexicana que vive no Brasil.

O rumor de meu irmão
de Jesús García Mora
Título original: El rumor de mi hermano
Tradução: Marcus Groza
Tamanho: 15x21cm
Capa brochura com orelhas
Poesia. 104 páginas. Bilíngue.
ISBN 9786584935143

 

Um dos poemas do livro:

 

O espírito santo não ajudou minha mãe a ter o filho
mas ela continua acreditando em auréolas
entrega nas mãos do todo-poderoso seus problemas e sonhos.
Numa manhã de glória o senhor decidiu que meu irmão não nascesse
que fosse sombra na sala de casa
mancha indelével entre as pernas.

O útero é um mar em que podemos nos afogar
e os deuses ainda não têm barba
e todos somos minúsculos como meu irmão.
Qual é a história nessa manhã de glória?
          Uma fenda de sangue nas coxas da mãe

 


 

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