Arnoldo Bosques estreia em livro com estes poemas destilados nas mesas dos bares. Escrevendo sobre as amadas mulheres, seus desejos de ébrio ou sobre seus compas, o autor, como um vagabundo iluminado, atravessa as ressacas para nos mostrar que faz uma poesia que chega num jato, na cara, espalhada e sem dó.
“Não se trata aqui da poesia que se esfacela num suspiro, não. Falamos da poesia que aos poucos se dissolve e se faz grumo nos lábios, da ferida e do gozo”, nos diz Sérgio Muknicka no prefácio da edição.
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— Carrinho de Chicabon
de Arnoldo Bosques
Tamanho: 14x21cm
Capa brochura com orelhas
Poesia. 68 páginas. ISBN 9786584935044
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Sobre o autor:
Arnoldo Bosques, 34, escritor ébrio-espontâneo, argentino-brasileiro, poeta de poucas palavras e alternadas aliterações. Ama as mulheres, merlot e massagens. Edita o blog Toda Terça Tem Tequila (cuecacola.wordpress.com) e compõe a série #PoemasÉbrios.
O Arnoldo é um heterônimo da Tainá Veloso, 34, escritora, cientista social e sapateadora. De Araraquara (SP), ama música brega, Beatles e bandalheiras bem versadas. Possui pseudônimos e pandemônios.
Um dos poemas do livro:
La mer
glut-glut-glut
fez a glote com a cerveja
esmorneando na minha mão
ela baixou os shorts
e viajei nas suas estrias
que marcavam os sulcos do mar
na areia da praia
faria um jogo de não pisar na água
só na areia molhada
caminhando em sua orla
e entre um glut e outro
as águas salgadas iam e vinham
sempre voltando
e se alimentando
do oceano
gluteei a última gota
e mirei o mistério azul
mergulho profundo
engolfado nas dobras dos seus recifes.
